sábado, 23 de janeiro de 2010

ÚLTIMO VÔO

Essa é a história de um cara maluco
Que quis um dia voar.
Cansado de barulho e fumaça
Resolveu pular do viaduto do Chá.


Suas asas tinham o brilho do Sol,
E seu corpo alado cruzou o ar.
Voou bem acima das nuvens,
Deixando tristeza e violência para trás.


Dançou com estrelas coloridas,
Correu com cometas em galáxias perdidas.
Pousou num planeta estranho
Onde o tempo esqueceu de pousar.


Viu o Sol se por cor de rosa
E três luas surgirem do mar.
Deitou na areia azul
Sentindo o perfume da noite chegar.


Sonhou com flores tão lindas
Que se abriam ao primeiro olhar.
Acordou rodeado de pássaros
De penas púrpura e olhos cor de mel.


Eles cantaram canções coloridas
E cantando ainda, saíram a voar.
O Sol nasceu no horizonte mais puro
Que qualquer criatura poderia sonhar.


Mas lá em cima a uma distância infinita
Coisas estranhas começaram a acontecer:
Suas asas douradas e brilhantes
Na beleza do céu começaram a se dissolver.


Ele que tanto sorria,
Naquele instante se pôs a chorar.
E caiu rápido como um raio
Morrendo estraçalhado debaixo do viaduto do Chá.

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