quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Fácil

Fácil se livrar do que você não quer.
Fácil não ver o que te dói.
Fácil.

Sabe meu amor,
O fácil é sempre o provável.
Mas...
Heróis,
Vencem o impossivel.

Tem tanta coisa aqui.
Tem tanta coisa ai.
E apesar disso,
estamos longe.
O que o super homem ou a mulher maravilha fariam para resolver?
Queria tanto saber....

Tua falta me dói.
E, eu não sei.
Não posso te buscar agora.
Não posso com um raio mágico te capturar para meu tempo.
Porque pelo teu livre arbitrio você não viria.
Então,
Sonho...

Com nosso próximo encontro.
Sei que ele virá.
Mas enquanto isso,
Tudo é tão dificil.

Porque para nós tudo não é fácil?
Talvez não seja fácil para ninguém.
Mas queria ser mais que ninguém.
Porém,
É facil achar.
Dificil é fazer.





terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Abismos...

Sempre tive o poder de andar ao redor de abismos e não cair.
Mas sempre soube que quando esse poder falhasse, a queda seria fatal.
Corria o risco.
Um dia a muito tempo atrás, conheci uma mulher.
Sai pela rua na madrugada, perigosamente exposto à tudo.
Tanta coisa podia acontecer, mas não queria nem saber.
Andando pela noite, fumando um cigarro, ela me chamou.
-Tem um ai prá mim? disse.
Podia ser assaltante, golpista, ou bandida qualquer, porque hoje não dá para se medir mau caráter pela roupa que se usa.
Mas, ela era uma mulher da rua.
Parei, puxei meu maço e lhe ofereci um.
Acendi.
Estava indo embora e ela me chamou:
- Porque não fuma aqui comigo?
Sentamos embaixo de uma ponte.
Ela estava horrivelmente vestida, talvez entupida de crack ou alcool, não sabia ao certo.
Mas e dai?
Do nada ela me olhou e percebi seus olhos marejados de lágrimas.
Ela me contou enquanto os carros zuniam pela avenida, que um dia teve vida.
Disse: - Mas você ainda tem. está viva.
Ela respondeu: - Não. Estou morta.
Perguntei porque e então ouvi sua história:
Tinha casado, tido uma filha, era de classe média e vivia até que bem.
O marido a traiu declaradamente e acabou com o casamento.
Mesmo assim ela se levantou, andou, seguiu e encontrou outra pessoa.
Levaram 5 anos para ficarem juntos, mas quando aconteceu, quase um ano depois,a professora da escola da menina a alertou que algo estava errado. Ela foi investigar, e soube que a filha estava sendo estuprada pelo padastro. A criança tinha 12 anos.
Ao invés de fugir, ela voltou para casa. Preparou um jantar de primeira, e saboreou ao ver o marido atual cair envenenado no chão.
Não chamou a policia de imediato.
Esperou ter certeza de que ele estava morto mesmo.
Dai ligou o 190.
Foi presa, julgada e condenada.
A menina ficou com os avós enquanto ela cumpria seu tempo de prisão.
Teve redução de pena por bom comportamento e saiu muito mais rápido do que se imaginava.
Voltou procurando a filha e soube que os avós, doentes a haviam dado, pois pelo tempo que a mãe fora condenada não poderiam tê-la mantido. Tentou achá-los mas não conseguiu. Nem sabia se estavam vivos.
A dor foi tanta, tentou a morte, errou, e acabou na rua.
E estava esperando o dia que tudo acabasse. Que pudesse dormir em paz. Lá onde só se chega de um jeito e não se consegue voltar nunca.
Era uma mulher linda, e a maneira como contava dava para ver que tinha cultura. Aquela que não se costuma ensinar nas escolas públicas.

Quando levantei, me despedi e estava saindo, noite adentro, ela me chamou pela ultima vez.
Chegou até mim e pôs algo no meu bolso.
Era um maço de cigarros.
Sorriu e foi andando até desaparecer sob as luzes da avenida.
Nunca mais soube dela.
Mas sabia,
que naquela noite tão estranha,
não era um cigarro o que ela queria.
Coisas da noite.
Coisas do mundo.










segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ciclos

Sinto tanto tua falta,
Que pena que palavras não resolvam.
Talvez você não entenda,
Mas a noite quando tudo vem,
Eu sozinho com meu travesseiro,
Sinto tudo tão distante,
Tão impossivel,
Tão longe.

Eu sei dos teus motivos,
Eu sei das tuas prioridades.
A vida é assim né?
Mas dói muito não poder te ter quando te quero.
Dói não ter você a meu lado quando o medo vem.
Dói não ter teu corpo me acalentando quando a tristeza dispara no coração.

Mas tudo bem,
A noite vai embora.
Chega o dia.
Finjo que não houve nada, e vou vivendo.
Até escurecer.
Ai muda tudo.

Mas, depois o dia clareia,
E o ciclo recomeça.
Sem fim.







sábado, 26 de dezembro de 2009

ninguem quer saber

acordei péssimo.
Mas, porque dizer se ninguém quer saber?

Era Natal ontem.
Passei sozinho.
Mas...
porque dizer se ninguém quer saber?

Ví um acidente, quando fui comprar um maço de cigarros.
O cara conseguiu cair num rio que corta o centro da cidade.
Tinha resgate, tinha policia tinha tudo.

Mas....
porque dizer se ninguém quer saber?

Passei meu Natal sozinho.
Lambendo minhas feridas.
Mas...
porque dizer se ninguém quer saber?

Acho esse mundo tão estranho,
Não entendo,
E parece q ninguém me entende.
Mas...
porque dizer se ninguém quer saber?

Porque meu Deus,
(já q falar com vcs não deu em nada, falo com o Principal)
vc me deixa aqui?
Porque?

Que missão eu tenho ou possa ter?
Eu vou. Só diz.
Mas não me deixe assim Pai.
Perdido.
Sem saber.

Desse mundo..
porque dizer se ninguém quer saber?







quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O Homem que queria morrer

Quando vai chegando o final do ano...
Alguma coisa quebra dentro de mim e parece ser como cristal, que nada pode voltar a colar.
Na minha rua todo mundo começa a sorrir. Estranho né?
Porque será? O que é o Natal,ou o Ano Novo?
Nada, nada mais é na verdade que o dia seguinte, ao anterior.
Me vem aqui na lembrança, o homem que queria morrer.
Você lembra meu amor?
Era essa época.
Ele era vitima de uma "máfia" de flanelinhas.
Era bem aqui, na minha rua.
As vezes nos finais de semana eu saia a esmo, tentando encontrar ar para respirar, e num desses dias, perto do Natal encontrei essa figura.
Ele dizia que queria morrer.
Não tinha coragem de se matar mas queria morrer.
Contou da sua vida, vindo da Bahia, deixando mulher e filhos para conseguir um futuro para todos e acabou na rua e passando fome aqui no mundo que compartilhamos.
Entrou no álcool, tinha frio e a pinga esquentava.
Tinha medo e a pinga dissolvia.
Tinha nada e a pinga mais nada lhe dava mas o fazia esquecer da vida, da familia longe, do sorriso dos filhos, do aconchego da mulher, enfim da desgraça que o acompanhava.
Ele era o homem que queria morrer.
Arranjou um emprego de flanelinha.
O chefe, Flanelão fazia assim: ia num boteco, comprava um pet de 2 litros de pinga prá cada funcionario. E pronto. Eles trabalhavam por aquilo. Viviam por aquilo. O dinheiro arrecadado era rapidamente pego pelo Flanelão porque eles chapados não tinham nem como esconder caso quisessem.
E assim o mundo deles ia...
Mas, ele queria morrer.
Sentia falta dos filhos, sentia falta da mãe, da mulher e do mundo em que vivia.
Não tinha como comprar passagem de volta, mas mesmo que tivesse dinheiro, de nada adiantaria pois supriria a falta maior que era a do vicio que o exterminava a cada dia.
Ele queria morrer, mas, já estava morrendo.
Era um suicidio lento, inconsciente, mas real.
Um ano depois, o homem que queria morrer estava desempregado, pois o Flanelão foi preso por estelionato.
Ele devia estar pedindo nas ruas, pois estava com dinheiro e em 31 de dezembro, a noite, tomou tudo o que suas moedas puderam pagar na lanchonete da esquina.
Traçou a rua cambaleando e caiu do outro lado estirado.
Ninguém pareceu ligar. Só mais um indigente na noite.
Quem quer saber? Negro, pobre, mal vestido, jogado no chão. Não isso é impossivel numa virada de ano. Não existe. Ninguém quer saber.
Enquanto bebiam e comemoravam a virada de ano, ele, caido, cabeça na sarjeta e pernas na rua, foi atropelado por um boy alcoolizado. Uma de suas pernas foi completamente esmagada.
O cara que passou em cima nem parou. Nem sei se viu. Afinal, não era importante. Só o homem que queria morrer. Só um nada, só um ninguém.
Quando os policiais de uma viatura que passava o perceberam, chamaram o resgate e ele foi internado num quarto opaco e triste do SUS.
Mas era tarde. Tarde demais.
O homem que queria morrer morreu.
Na virada do ano.
Sem ninguém.
Sem futuro.
Sem presente.
E para a sociedade, sem passado.
O ano raiava.
Era primeiro de janeiro.
Ele havia conseguido ter sucesso em algo afinal.
E os rojões explodiam no horizonte.

















sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

QUEM MATOU PAPAI NOEL

Não me vem agora nada para escrever sobre o natal, mas tem um texto de mais de 10 anos do meu amigo Sid ViciouZ que sempre me faz pensar:

Quem Matou o Papai Noel?
resgatado dos arquivos da Opus666 (http://internettrash.com/users/opus666/)

Esse ano pensei num presente de natal legal prá minha mãe: Ficar arrumadinho e mauricinho no dia de Natal. Tipo cabelinho com gel, terno Armani, essas coisas....
Mas minha namorada, a Elektra, disse que seria mais fácil eu converter minha mãe em punk, dai, com essa "força" toda eu desisti.
Também ela podia assustar e bater pino...

Falando nisso, eu desejo a maior saúde a todos vocês nesse ano que vai vir.... porque do cemitério ou do hospital não deve dar prá acessar a internet, e dai o nosso contador de visitas ia ficar baixo.
Mas o problema maior é:
QUEM MATOU O PAPAI NOEL?

Do lado do prédio onde moro tem uma loja grande, tipo magazine, e tinha alí um papai noel, meio acabadão, barba mal colada e roupa surrada, que ficava como free-lancer alí na frente dando balinhas velhas e coletando o que quer que se quisesse dar prá ele... Isso foi no natal do ano passado....
Quando acordei dia 24, uma ressaca desgraçada, olhei pro espelho e disse: bem me quer, mal me quer.... ele respondeu: quem te quer? Espelho idiota, cuspi pasta de dentes nele e sai prá comprar diabo-verde prá dar um jeito no meu estomago, que estava meio revoltado.
Lá em baixo tinha um povo aglomerado na frente da loja e pensei: Liquidação de Natal? Mas tinha dois carros da policia e um do resgate, e a menos que a promoção fosse imperdivel, aquilo mostrava que algo estava errado. Juro que cheguei a pensar que de alguma forma eu tivesse culpa daquilo e estavam ali prá me pegar, mas dai tentei lembrar de algo errado que tinha feito, e não achei nada tão importante assim, dai fui lá no meio da zona ver o que era aquilo.
No chão tava o Papai Noel morto. Dois pedaços de chumbo na testa, um fio de sangue escorrendo pela sarjeta...
-Mataram o Papai Noel!
Afinal, quem quer um Papai Noel que peça presentes ao invés de dar?
Uma criança pequena com os olhos ramelentos escapou do cerco e foi lá com o pezinho cutucar o defunto, acho que prá ver se era real mesmo. Tomou uma dura do policial e sumiu no meio da multidão...
Problema sério esse, assassinaram o Papai Noel na véspera do natal....
Tinha tres zés ali perto, rindo e rindo, tirando sarro, cascando com a meia furada do Noel, escondida antes por um sapato que devia ter sido despachado pro além...
Tinha umas velhas numa tristeza simulada, cochichando umas com as outras, talvez felizes por terem fofoca pro fim do ano todo...
Tinha uns caras de terno comentando que era apenas um mendigo-noel, que devia ser passador de drogas, que devia ter encontrado o que procurara, e outras coisas mais que se costumam falar de pobres que se dão mal...
Do seu famoso saco de pano vermelho, o policial começou a tirar papel e mais papel....
O saco do Noel tava cheio de jornal velho para aparentar que continha algo de mais interessante... mas na verdade tinha apenas papel.... e mais papel.....
Me virei pro corpo, tipo prá indagar: mas então, não vai sair nenhum presente dai? mas ele já estava coberto com um plástico preto, e apenas se podia ver uma mão escapando lá debaixo, e nessa mão um anel...
-Seria casado o Papai Noel? Será que ele estava na merda porque tinha que pagar pensão alimenticia prá mamãe Noel e uma rempa de filhos?
Prá aumentar o mistério ainda podia ser que esse assassinato fosse uma conspiração dos anõezinhos que o acompanhavam, e possivelmente, dado a aparencia do chefe, não deviam receber salário a um tempão...
Tentei chegar mais perto mas dei de cara com um investigador nada amigável, que devia ser legal e alegre apenas torto de bêbado na virada do dia 25... e como não era o momento, e como eu detesto qualquer contato, até espiritual com polícia.... recuei. Tô fora.
Não tinha mais nada prá fazer alí, fui abrindo caminho prá sair no meio do povo, que inexplicavelmente continuava lá. Todos falando, sussurrando, rindo, todo mundo comentando o triste destino daquele que povoou nossos sonhos de criança... e agora ia povoar uma reles nota de fundo na página policial do jornal local e habitar uma cova rasa de indigente no cemitério do bairro.
Na esquina, quando a multidão já ficava longe, estava, sentada na sarjeta, a menininha que tinha cotucado com o pé o corpo do Noel. Eu olhei para o seu rosto e ela estava chorando. Silenciosamente, mas chorando. Era uma menininha de rua, e talvez chorasse por nunca ter recebido porra nenhuma do velho, e agora com ele morto, não ia receber nunca mais mesmo.
Talvez chorasse por ter percebido que aqueles sonhos, impossíveis, mas que viviam lá no fundo escondidos, apesar de toda a realidade nojenta das ruas, tinha morrido, e você sabe, não existe morte pior que a dos sonhos não realizados...
Não sei porque ela chorava, mas no curto e rápido momento que nossos olhos se cruzaram, cortou o ar a pergunta que com certeza lhe martelava a mente:

QUEM MATOU O PAPAI-NOEL?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Só queria...

Queria poder estar em teus braços.
Queria poder estar fixo nas tuas retinas,
Queria poder que meu cheiro desse a volta ao mundo e chegasse a você.

Queria pode te ter em meus braços,
Queria poder estar em teus pensamentos com meu olhar.
Queria poder que teu cheiro chegasse até mim, cruzando terras e cruzando o tempo.

Queria poder olhar em teus olhos.
Queria poder ler tua mente.
Queria poder sussurrar em teus ouvidos frases de amor.

Queria poder ter teus olhos em mim.
Queria poder te deixar ler meus pensamentos.
Queria poder ouvir tua voz bem perto, ao meu lado.

Queria poder tocar o teu corpo,
Queria poder sentir teu calor.
Queria poder estar com você, agora.

Queria poder sentir teu corpo no meu,
Queria poder mudar tua temperatura,
Queria poder que estivesse comigo agora.

Queria poder te fazer rir,
Queria poder enchugar tuas lágrimas.
Queria poder estar mais ai.

Queria poder te ver rindo,
Queria poder sentir teus labios beijando meus olhos tristes,
Queria poder te ter mais presente.

Mas o que posso,
É sobre o pouco que tenho de você.
E o que tenho, é tudo para mim.




quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ontem, hoje, amanhã

Nesse final de dia, percebi que cada minuto dele,
Passei pensando em você.
Agora a lua vai impor teu poder,
E mesmo assim, vc estará aqui.

É estranho, nem sei explicar, mas sei dizer:
Quando,
Na distância que nos separa,
For dormir, porque o sono vem ou não.

Feche os olhos.
Deixa ele vir,
Naquele ponto entre a consciência e a inconsciência,
Sinta.

Perceba o sussurro do vento na tua janela,
Note que a temperatura mudou.
Receba o perfume no ar do teu quarto.
Aceite as imagens que virão na tua mente.

É que estarei a teu lado.
Estarei te vendo dormir.
Porque hoje te amo mais do que ontem,
E muito menos que amanhã.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sol e Chuva

Onde está o Sol?
Porque chove tanto aqui?
Essa chuva não para.
Eu não nasci para ser morto.
Eu nasci para viver.

Vem meu amor!
Vem para mim.
Se aqui chove,
Se aqui está cinza e nublado,
Em algum lugar há de haver Sol.

Já pensei em deixar isso aqui.
Mas não sei o que existe do outro lado.
Seja o que for,
Imagino que não existirá você.

Então eu fico.
Molhado na chuva,
Esperando,
Quando ela passar.

Há de passar.
Um dia o Sol vai brilhar.
Tem que brilhar.
E eu quero estar aqui para ver.

Eu quero estar aqui com você.
Quero sentir o calor dele junto a teu corpo.
Quero me ofuscar com teu brilho junto a você.
Eu quero.

A gente vive meia vida pelos outros,
Mas a outra metade, devemos viver por nós.
Se é que tem metade ainda.
Pelo menos o resto devemos viver com Sol.

Mas não tenho o poder de afastar as nuvens,
Não tenho o poder de decidir abrir o céu.
Só posso,
Esperar.

E espero esperar,
junto com você.
Quando e se o Sol brilhar,
Estaremos prontos.






quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quando eu morri

Quando eu morri, era um dia qualquer, um dia comum.
Quando eu morri não soltaram fogos,
Não choraram,
Era uma coisa entre eu e eu, e ninguém soube na hora...
Quando eu morri naquele ano eu era só mais um.
Eu não era ninguém.

Enquanto agonizava via toda minha vida passar...
Vi meus sonhos loucos que nunca realizei, e mais, vi que eram sonhos torpes, não valiam nada.
Vi toda a dor que causei,
Vi todo o mal que eu fiz,
Nem que não fosse por ação, mas que pelo menos haviam sido por omissão.

Quando eu morri eu chorei...
Pelo que podia ter feito e não fiz,
Pelo abraço eu não dei,
Pelo beijo que esqueci,
Por minha mão que não acariciou,
Pelo mundo que nunca me deu mas sempre tirou porque nunca fui o suficiente para cobrar.

Quando eu morri eu vi Deus pelos meus olhos turvos,
O Deus que eu sempre deixei de lado,
O Deus que naquela hora estava sorrindo para mim.
O mesmo Deus que eu achava injusto,
O mesmo Deus que eu tanto criticava com meu racionalismo.
Mas quando eu morri Ele estava ali, de onde nunca saiu.
Do meu lado.

Ele abria os braços para mim.
Eu que tanto rí Dele,
Eu que tanto O decepcionei com minhas atitudes tão vãs.
Mas, tive que morrer pra ver isso.
Que pena.
Porém Teu sorriso iluminava tudo,
Eu até me esquecia, naqueles últimos estertores da morte,
Que devia tanto, que tinha feito tão pouco, que sequer merecia.

Quando eu morri Deus me disse: Estou aqui.
Quando eu morri todo o vazio da minha vida explodiu dentro de mim,
Quando eu morri, uma Lágrima nos olhos Dele caiu,
E se chocando com meu rosto escorreu pelo meu corpo,
E preenchendo todo meu ser me trouxe de volta a vida,
E eu renasci.

Eu tive que morrer para poder viver.
Eu tive que morrer para lhe sentir.
Eu tive que morrer para poder ver.
Mas Ele me trouxe de volta.

Hoje,
Sou uma criança.
Acerto, erro, tropeço, mas vou em frente.
Hoje, depois que morri e voltei,
Sinto Tua presença a meu lado, e meu ser preenchido por aquela lágrima.
Lágrima de paz,
Lágrima de Pai que não quer ver o filho ir.
E agora eu quero,
Passar o resto dessa vida e pela eternidade,
A transformar isso numa Lágrima de felicidade.
Lágrima do Pai que vê o filho voltar,
Agora e para sempre.

(mas Deus, vê ai. Dá uma forcinha! Sou meio burrinho sabe... Preciso muito de Ti.)


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Noites de chuva

Está dificil achar o caminho nessa chuva que não para.
Dá medo sabia?
Mas enfrento tudo. Coragem, é enfrentar com medo.
Chove aqui e as gotículas fazem com que as lâmpadas de mercúrio dos postes projetem sua luz amarela num cone que se abre até o chão.
É garoa.
É lindo.
Mas é triste.
Me vejo ali, encostado num destes postes, com a luz sobre mim e a chuva fina caindo... fumando um cigarro, e te vendo passar....
Você não me vê, eu fico no meu canto...
Você passa, molhada, tentando fugir da chuva.
Te olho ir... até desaparecer dos meus olhos.
A gente se perde...
de novo e de novo...
Chove mais...


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dificil

Dificil esquecer teus olhos...
Dificil ignorar teus pensamentos...
Dificil não pensar no teu corpo,
Dificil tentar não lembrar da tua boca.
Dificil...

Dificil esquecer quando estamos juntos,
Dificil não lembrar cada instante.
Dificil ignorar teu sorriso,
Dificil esquecer meus sentidos explorando você.
Dificil...

Dificil saber que vc foi embora,
Dificil pensar que pode nem voltar.
Dificil não ter te dado um ultimo beijo,
Dificil não ter tido tempo de compartilharmos nosso ultimo desejo.
Dificil...





quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Você exige tanto de mim,
Porque?
É tão dificil entender que eu sou isso, e esse isso sou eu?
Nunca pedi nada,
Nunca quis mais do que poderia,
Nunca impus regras,
Nunca criei situações a meu favor.

Sempre tentei viver,
Sempre tentei manter vivo o mundo que me cerca.
Errei,
Sei disso, errei muito.
Só não erra quem não tenta.
E tentar meu amor,
É tudo que eu faço.

Portanto,
Se errei demais,é porque tentei demais.
E é de tentativas que a vida evolui (Darwin)
Mas...
Nâo culpo quem quer tudo simples.
Queria assim também.
Sabe... caminho mais facil.... raso... básico.
Apenas peço desculpas, porque,
não consigo.








Chuva

Olhei aqui,
Meus olhos no espelho,
Não são mais aqueles olhos que olhava antes.
Percebo que me perdi,
Na distância do tempo,
Percebo que me perdi, por não ter me olhado mais.

Mas sei,
Agora já foi.
Nem sei se quero mudar minha posição
Na carruagem do tempo.
Esse tempo,
Que me leva,
Que me devolve e me entrega,
Nesse aqui e agora.

Está chovendo,
Amanhã, eu não sei.
Mas hoje, chove.
Vivo essa chuva.
Quando houver sol,
se houver,
Tentarei viver mais.




CONVERGÊNCIA

Poderia te dizer mil coisas lindas,
Poderia te encantar com meu texto,
Poderia te abraçar com minhas palavras,
Poderia te compor numa poesia.
Mas nada poderia superar o q sinto por você.
Somem as mil coisas, some o texto e somem as palavras.

Ficam teus olhos,
Fica tua boca,
Fica teu cheiro,
Fica teu contorno que é impossivel esquecer.
Ficam as risadas sem propósito nenhum,
Ficam as brincadeiras como se fossemos crianças,
Ficam os beijos, como se fossemos nos devorar.

Nesse mundo tão frio,
Fica teu calor.
Fica meu olhar para teu corpo na madrugada....
Fica teu corpo me olhando na noite fria.
Porque temperatura não há.
Faça frio,
Faça calor,
Sempre vamos estar.

Na tempestade,
No vento que vem,
Na calmaria,
Sempre vamos estar.
Juntos mesmo que separados.
Juntos mesmo que tão longe.
Juntos mesmo que tudo jogue contra nós.

Não há tempo,
Não há discernimento,
Não existem laços,
Que possam nos separar.
Não há estrada,
Não existem montanhas,
Que nos façam desviar.

Porque,
No fim,
Tudo converge para um ponto só.
E esse ponto,
Somos nós.