domingo, 1 de janeiro de 2017

2017


Imagine a cena...

Você indo em busca das coisas que quer e lhe são importantes.
Você vai por uma estrada, 
Só com uma mochila nas costas.
Ela pesa muito e não cabe mais nada.

Onde vai guardar tuas conquistas?
E teus novos objetivos e pertences?

E aquelas coisas velhas 
Fazendo barulho.
Ocupando espaço,
Pesando e atrapalhando lá dentro?

Abra a mochila.
Descarte tudo o que está rançoso, embolorado e te faz mal.

Vai tirando,
Jogando sem dó.
Deixe apenas as lembranças que te fazem sorrir,
Que dormem com você te trazendo sonhos bons.
Deixe os momentos que valeram a pena,
As situações que te trouxeram felicidade à época.
Deixe apenas o que te faz crescer e ir em frente.

Você vai notar que dois terços do conteúdo foi posto para fora.
Feche a mochila agora bem mais leve.
Levante-se  e vá.
Vá em busca do teu Sol.
Vá em busca da Luz.

Muitas coisas não voltam mais,
pois a gente perdeu na curva do tempo para sempre.
Mas sorrir a noite sozinho lembrando,
Não tem preço.

É matéria que tem preço.

Siga e cuidado com as curvas,
O tempo é infinito e os caminhos imensuráveis,
mas você não.

Aproveite todo o bom que vier, e curta o bom que lhe veio um dia.
O resto, continue descartando. Não servirá para nada mesmo.

Ed Bianco
01/01/2017



sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Medo


Estrangeiro

Estrangeiro.


Naquele tempo,
A guerra era crua, era fria.
Na estrada, 
Corpos e mais corpos caídos em batalha.
Como se viesse do nada,
À meu lado chegou você.
E juntos defendemos nosso ponto.
Sobrevivência.

Nem tinha ideia de quem você era,
Mas não havia tempo para pensar.
Lá em cima, o inimigo atirava em tudo o que transpusesse a estrada.
E do outro lado estavam os amigos.

Lembra?
Eu disse: -Vai! Eu te cubro daqui, Vai!
Você, não achando justo:
- Não. Te conheci hoje, mas se é para morrer, morreremos juntos.
Eu gritei novamente: - Vai! 
E te empurrei.
Você teve que ir.

Descarreguei minha munição sobre eles para que pudesse passar.
E passou.
Do outro lado você olhava para minha linha e não entendia.
Você pedia: VEM!
Mas não havia mais balas,
Não tinha como ir com segurança.

E o inimigo chegava pelos flancos.
Então eu arrisquei e fui,
Em zigue zague, com as balas riscando sobre mim,
Passei a estrada,
E você que nunca tinha sequer me visto antes olhava-me atônita.
Eu disse: -cheguei.

O sangue de duas balas pegas de raspão no meu ombro
Escorria sobre teu uniforme e rosto.
Mas não era nada frente a tua vida.

Perguntei:
- Você está bem?
Ai, eu lembro como se fosse hoje.
Você me olhou demoradamente e perguntou:
- Você é desse mundo?
Respondi:
- Sou estrangeiro.

Foi assim que tudo começou.

(Ed Bianco)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Noites frias


Era uma noite fria. 
Saímos da escola lá pelas 23:00.
Éramos professores. 
Estávamos eu, o Ronaldo e o Luiz. 
Resolvemos tomar umas cervejas. 
Era sexta feira. 
Luiz falou algo da igreja católica (era católico fervoroso), e eu desci o pau (era ateu, ou achava que era). 
Ele me olhou e perguntou :
-Qual tua religião? A que foi criado? 
-Católica, respondi. 
-Vc colocou mil problemas nela, a maioria eu concordo. Mas, se tua mãe estivesse doente vc a abandonaria? Vc esqueceria simplesmente todo o resto? 
-Claro que não. 
- Então vc me entende. 

(Luiz morreu hoje. Luiz Gonzaga. O resto do sobrenome não lembro. Morreu um grande amigo) 

-in memoriam-
29/08/2012

(Ed Bianco)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Jogo


NESSE JOGO GANHA QUEM PENSA. 
O RESTO SE FODE PELAS BORDAS.

(Ed Bianco)

básico e complicado.


Quando acaba, 
Tudo se mostra tão básico 
Que vc custa a acreditar porque complicou tanto. 

(Ed Bianco)