quinta-feira, 3 de junho de 2010

zara III

- Ae Radan ela tá olhando prá cá.
- Prá mim.
- Não parece. É para mim! Vc é um cigano estragado.
- Tá bom. 1.9, bonito e sensual. kkkkkkkkkkkk. É eu na fita.
- Se for, nem me importa, tá vendo a outra com ela?
Estavamos em Campinas no Zero Grau.
- Linda tbem.
- Dai a gente chega, prá mim daqui, qualquer uma.


Fomos, chegamos na mesa:
- Oi disse.
- Oi.
- Porque vc repete o q eu falei?
- Como?
- Disse oi.
- Eu também disse oi (a Loira dizendo).
- Então mas isso eu já disse.
- Vc disse vai se foder?
- Não. Ainda não.
E rimos e sentamos com elas.


- q vcs fazem? perguntei.
- Faço terceiro ano de medicina na Unicamp. Ela faz educação física.
O Radan começou a rir. Sabia a continuação.
Ficou conversando com a outra, e eu continuei:
- Credo.
- Qual o problema em fazer medicina? ela perguntou.
- Nenhum. O problema é almoçar no restaurante do teu campus.
- Q tem de errado lá?
- Tudo bem q a comida é horrivel, mas ficar na fila do lado de sei lá o q, um prédio q olhando prá dentro....
- Corpos. Pedaços de corpos, cabeças... isso?
- É, na hora do almoço não pega bem.
- Tá, vc compra vale mensal de refeição né?
- é.
- Lá diz q vc tem q espiar no laboratório?
- Não, mas a fila demora e a gente não tem o q fazer. Dai apesar das janelas serem altas, fui olhar.
- Aquilo é vc amanhã. Simples pedaços de pessoas. No geral indigentes. É carne preservada. Só isso.
- hmmmm e se puserem isso na comida? O restaurante tá do lado!
- fica tranquilo. Aquilo vale mais do q o  vc come ali.
- Eu ví a cabeça dum cara. nem comi no dia.
- essa é a intençao. Vc paga e não come. rsrsrsrs
- E aqueles tambores?
- Ué, tem gente lá. Ex-gente.
- Acho q vou mudar de restaurante.
- Quando comecei, levaram a gente lá.Além de nós estavam veteranos e o professor.
Eramos bixos (com X) então a sacanagem rolava total.
Quando vimos aquilo nos impressionamos, mas o professor tentava tornar tudo muito natural, como é na verdade.
Tinha tudo q é pedaço de corpo. E a gente tinha q ver aquilo sem emoção. Naturalmente.
O cara do meu lado, veterano f.d.p. enfiou algo no bolso do meu uniforme.
Automaticamente peguei e fui ver.
Era um penis.
Tava na minha mão.
Gelado em formol.
Depois disso,
não me emociono mais.
- Nossa, que história erótica! kkkkkkkk
- Vai se foder! Entenda uma coisa: Vc não tem q olhar lá dentro. Não tem q ver o q não quer. Porque meu lindo, sempre haverão coisas q vc não poderá suportar. Mas se quiser ver... verá. E se doer, se não aguentar, azar teu. Vc procurou. Q q vc tinha q olhar pelos vidros a dois metros de vc? Alguém teve q te fazer escadinha. Pena q vc viu pouco.
- Q mais tinha lá?
- Pergunte pro Badan Pal***res. Q tal mudar o assunto?


(foi ai q soube da existencia desse cara, e, conto depois, soube muito mais.)

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